Medicamentos para obesidade

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Medicamentos para obesidade

Porque utilizar medicamentos para obesidade?

A perda sustentada de peso é um grande desafio e é muito comum apresentarmos falha ou recidiva do peso perdido nesse processo. Nesse contexto, as medicações voltadas para o tratamento da obesidade podem ser de grande auxílio. A maior parte das pessoas em uso de medicações para auxílio na perda de peso referem melhores decisões a respeito das escolhas alimentares e que se sentem com maior controle sobre a ingestão alimentar. 
A ação dos medicamentos é otimizada quando combinada a um plano alimentar adequado, exercícios físicos e outras mudanças saudáveis em nosso comportamento.

Como funcionam os medicamentos para obesidade?

Quando as pessoas perdem peso, o corpo passa a enviar sinais para o cérebro de que os estoques de energia estão diminuindo. Assim o cérebro produz sinais hormonais e químicos que aumentam a fome, o apetite e reduzem a saciedade (ver porque é tão difícil perder peso). A perda de peso e manutenção do peso perdido são muito difíceis porque esses sinais permanecem até que o peso perdido seja recuperado. Parte dos medicamentos para obesidade visam diminuir o efeito desses sinais exacerbados.
De maneira geral, os medicamentos para obesidade aumentam a magnitude de resposta do tratamento clínico e auxiliam na manutenção dos resultados obtidos a longo prazo.

Os medicamentos para obesidade são seguros?

Atualmente no Brasil existem 3 medicamentos que foram aprovados pela ANVISA para o tratamento da obesidade: Sibutramina, Orlistate e Liraglutida. Em fevereiro de 2020, o FDA (Food and Drug Administration), orgão regulador Americano, orientou a retirada da locarserina do mercado, devido a um possível risco aumentado de câncer entre pacientes que utilizaram esse medicamento. A decisão do FDA impactou no Brasil e também foi orientada a suspensão de sua utilização pelas sociedades competentes.


Qual medicação é melhor para mim?

Cada um dos medicamentos indicados para o tratamento da obesidade possui diferentes benefícios e efeitos colaterais.  Associado a isso, podem interagir de formas distintas com as medicações que você já utiliza regularmente. Assim é fundamental o seguimento com um profissional para decidir qual o melhor medicamento para você. O medicamento correto deverá ajudá-lo  a controlar melhor as porções de alimento, diminuir o hábito beliscador e melhorar as escolhas alimentares através da diminuição da fome e da fissura por alimentos hipercalóricos.

Eu terei que usar medicamentos para sempre?

A decisão de interromper o uso das medicações é individual. Algumas pessoas se beneficiam do uso dos medicamentos por período mais curto, outras necessitarão dos remédios por período mais prolongado. O seu médico pode te ajudar na decisão do melhor momento de interromper as medicações. 

Como funcionam os medicamentos aprovados para obesidade no Brasil?

Liraglutida


A liraglutida é um análogo do receptor de GLP-1, um hormônio produzido pelo intestino que age como um sinalizador de saciedade, diminuindo a ingestão alimentar e promovendo saciedade. Além disso o GLP-1 tem diversas ações periféricas que atuam no controle da glicose no sangue e assim, no controle do diabetes.

Sua efetividade já foi demonstrada em diversos ensaios clínicos com um grande número de participantes em comparação ao placebo (perda de peso 8,6% versus 2,6%, no SCALE-Obesity and Prediabetes, 6,0% versus 2,0%, no SCALE-Diabetes, adicional de 6,2% versus 0,2%, no SCALE-Maintenance).

Os efeitos colaterais mais frequentes foram associados a sintomas gastrointestinais (náuseas, constipação, diarreia).  No início da sua utilização, a dosagem deve ser escalonada afim do melhor manejo dos efeitos colaterais. Para pacientes diabéticos, a utilização da liraglutida apresenta efeito benéfico na perda de peso e no controle do diabetes.

Orlistate


O orlistate atua diminuindo a atividade das lipases intestinais, reduzindo assim a absorção de gorduras em até 30%. Seu uso deve ser combinado a uma dieta hipocalórica e com baixo teor de gorduras. 

Os estudos clínicos sobre a eficácia do orlistate na perda de peso demonstraram resultados modestos. Em um estudo clínico com mais de 3000 pacientes que comparou o uso do orlistate com placebo demonstrou diferença significativa na perda de peso (5,8kg contra 3.0kg), apesar de não alcançar resultados muito expressivos. Além disso, a utilização do orlistate reduziu o risco de incidência de Diabetes tipo II (6,2% com orlistate comparado com 9,0% com placebo) e demonstrou uma redução nos níveis de colesterol e LDL (colesterol ruim) independente da perda de peso. 

Os principais efeitos colaterais associados ao uso do orlistate incluem flatulência, diarreia, urgência evacuatória e incontinência fecal. Devido a mal absorção de gorduras, o risco de deficiência de vitaminas lipossolúveis também aumenta. 

Os efeitos colaterais indesejáveis associado aos resultados modestos em relação a perda de peso têm limitado a utilização em larga escala do orlistate. Assim sua utilização frequentemente se dá em associação a outras medicações para potencializar os resultados. Uma dieta pobre em gorduras pode amenizar os efeitos colaterais relacionados aos gases e à diarreia. 

Sibutramina

A sibutramina age no sistema nervoso central inibindo a receptação de dois neurotransmissores: a serotonina e a noradrenalina. Essa ação reduz a vontade de comer e produz saciedade. 

A diferença média na perda de peso em estudos clínicos de 8 a 12 semanas, 16 a 24 semanas e 44 a 54 semanas com sibutramina foi de -2,8 kg; -6,0 kg e -4,5 kg, em relação aos grupos placebo. A proporção de pacientes que atingem uma perda de peso superior a 10% é de 31% em comparação a 12% dos paciente que receberam placebo. 

Os efeitos colaterais mais comuns são: boca seca, obstipação, cefaléia e insônia, que ocorrem em 10 a 20% dos casos. Sintomas como irritabilidade, ansiedade, náuseas e taquicardia são menos frequentes. 

No entanto, a sibutramina pode aumentar os batimentos cardíacos e a pressão arterial. Por isso, sua utilização é contraindicada em pacientes com história de doença cardiovascular, incluindo doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório, arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial periférica ou hipertensão não controlada (acima de 145/90 mmHg).

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